quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

AQUI E AGORA

Vivemos esperando pelo amanhã. O amanhã, sinônimo de futuro, tanto nos pode agraciar com grandes felicidades quanto com grandes infortúnios. A ninguém foi dado, nem jamais o será, saber desse amanhã.


Mesmo sabendo disso, e todos o sabemos, vivemos empurrando nossa felicidade para o amanhã, para o dia em que nos formarmos nas faculdades, para o dia do casamento tão esperado, para o dia em que sair o aumento na empresa, vivemos esperando pelas férias, esperando pelo dia em que perdermos os quilos indesejados… E assim ao infinito, esperando, esperando, esperando…


Nada mais insano do que “entesourar”, guardar num armário, gaveta, roupeiro, onde for, um bem que nos pode dar prazer agora. Dou como exemplo guardar certas roupas para que só as usemos em certos momentos. O tempo vai passando, os tais certos momentos não aparecem ou se aparecem achamos que ainda não é hora. Muitos morrem e as roupas ficam por ser usadas…


Guardamos a “prataria da vida” para o dia da grande festa, aí, sim, vamos usá-la. E o tempo passa e a grande festa não vem.


Sim, eu sei, não digo nada de novo, afinal, o Eclesiastes, na Bíblia, está a nos lembrar o tempo todo que – “O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer”.


Para quem espera pelo futuro, melhor é viver bem o presente, torná-lo o grande momento da vida, e assim, no contínuo do tempo, gozar no futuro – que é o hoje no amanhã – a felicidade sonhada. O futuro é o hoje continuado, quem não sabe disso?


Todos sabemos, mas insistimos em viver como estúpidos, achando que o futuro nos trará o grande milagre da vida farta quando essa vida farta resulta do hoje bem vivido, da boa “semeadura” de hoje…


Se a leitora, o leitor de agora não estiver feliz neste momento e onde está, simplesmente não é feliz. Não se pode ser feliz no passado nem no futuro, nem em outro lugar, só no aqui e agora. – Ah, quase esquecia de dizer que nos piores momentos da vida precisamos achar alguma coisa boa que nos tenha sobrado…
É apreciar essa bem-aventurança que sobrou e vivê-la na felicidade do agora, enquanto a temos, porque também a ela podemos perder. Pessimismo? Realidade. Procure pelo que de bom você tem, ou lhe sobrou, e seja feliz agora. O agora é o único tempo de que podemos dispor para ser feliz.


Mestre, Luiz Carlos Prates.

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