Ainda me pego pensando em um história ao qual inventei pra
mim mesmo, já sabendo como ela terminaria. Sou vitima de mim mesmo, das minhas
próprias frases, mas nem sempre me lembro ou me dou conta disso. Apostei tudo o
que tinha de uma vez só, pensando que conseguiria sair da minha própria
imaginação o momento que desejasse. Foi um tiro no escuro, foi a sorte lançada,
foi mais um encontro com o chão.
Fostes uma grata surpresa, na mesma proporção que se
tornastes uma enorme interrogação. Não busquei mais tentar entender porque
agistes daquela forma, mas sim no que ainda me prende a você. Mesmo nos vendo e
agindo como dois estranhos, torna-se impossível não lembrar do teu cheiro, da
tua pele, daqueles beijos e abraços que te faziam agir feito uma louca, afinal,
você era ‘louca’ por mim.
Tentei não me fechar, busquei a luz do sol, mas tornou-se
mais difícil do que eu podia imaginar encontrar alguém que ao menos de longe,
ocupe a lacuna que deixastes. Por burrice,
busco te evitar. Não vou aos lugares que posso te encontrar, afinal, a dor de
te ver com outro alguém seria incalculável. Você que esta ai lendo, pode achar
exagero, mas sinceramente, desejo que nunca sinta algo assim.
Você pode não achar minha história interessante, mas ela é
real e por muitas vezes eu não quis fazer parte dela. Ao horizonte busco
encontrar formas de exorcizar os fantasmas que insistem em me rodear e bom, boa
parte disso é culpa minha. Não consigo deixa-los irem embora por completo. Por mais
que se queira, não é simples assim andar com um cemitério na cabeça.
Sabe, esqueci de como era estar com ela, das vezes que ela
fingia dormir no meu peito naquela cama estreita, do abraço apertado que ela
tinha.. Também não lembro dela igual uma louca pulando no meu colo, nem ligando
pro fato de algum vizinho estar vendo ou ainda de como era ter aqueles olhos
negros fixos nos meus, enquanto aproximava meus lábios dos seus e.. bom, não há
descrição para o restante...
Era um simples ‘sonho’ que iniciou-se numa noite nem tão
fria, mas que me fazia desejar o calor dos teus braços. Ó céus, esta na hora de
acordar.. como sou ingênuo, esqueci de deixar escrito naquela porta ‘se isso
for um sonho, por favor, não me acorde!’.
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